Ficha Técnica
Capa japonesa |
Desenvolvedora e Publicadora: Nintendo
Consoles: Super Famicon (Super Nintendo)
Data de Lançamento: 21 de Novembro de 1991 (Japão)
13 de Abril de 1992 (América do Norte)
24 de Setembro de 1992 (Europa)
Genero: Ação-Aventura
Diretor: Takashi Tezuka
Produtor: Shigeru Miyamoto
Designers: Masanao Arimoto e Tsuyoshi Watanabe
Escritores: Kensuke Tanabe e Yoshiaki Koizumi
Programadores: Yasunari Soejima e Toshihiko Nakago
Compositor: Koji Kondo
Enredo
Ao contrario de Adventure of Link, que era uma sequência direta do primeiro jogo; A Link to the Past se passa antes do primeiro jogo, com antepassados de Link e Zelda. Link estava dormindo em sua casa, quando começa a escutar uma voz falando telepaticamente com ele; era a voz da Princesa Zelda, que estava presa no calabouço de seu próprio castelo. Após a mensagem terminar, Link acorda e ve seu tio preparado para ir à batalha; ele o avisa para permanecer na cama, mas logo depois que seu tio sai, Link resolve segui-lo. Link tenta adentrar o castelo, mas o guardas não permitem sua passagem; então ele encontra uma passagem secreta, conseguindo entrar chegando direto nas masmorras. Lá, ele acabam encontrando seu tio, quase morto; ele diz que ambos são descendentes dos Cavaleiros de Hyrule, que tem como dever proteger a família real. Como seu ultimo pedido antes de morrer, ele dá a Link sua espada e escudo, e suplica que salva a princesa, pois ele é a ultima esperança de todos. Atendendo ao ultimo pedido de seu tio, Link pega a espada e o escudo, e segue pelos calabouços do castelo, enfrentando diversos guardas até finalmente encontrar a Princesa Zelda. A princesa informa que a uma passagem secreta até o santuário de Hyrule, onde encontrariam o padre que os ajudariam. Ao chegar no Santuário, o padre e a Zelda explicam melhor o que exatamente está acontecendo. Um mago chamado Agahnim ganhou confiança do rei, até que usurpou seu trono e enfeitiçou todos os soldados; seu principal objetivo é quebrar um selo que foi feito a muito anos atrás, por sete Sábios para aprisionar o mago das trevas Ganon no Mundo Sombrio (Dark World). Este mundo antigamente era conhecido como Reino Sagrado (Sacred Realm), mas assim que Ganon chegou e obteve a Triforce, usou esse poder para cobrir o reino com magia sombria. Agahnim pretende quebrar o selo, enviando sete virgens, que são as descendentes dos Sete Sábios (Zelda é uma dessas descendentes), para o Dark World; assim libertando Ganon. A única forma de derrotar Agahnim e Ganon, é com a lendária Master Sword, uma espada forjada para derrotar o mal mais poderoso que possa existir. Mas para provar que e digno de empunhar a espada, Link precisa encontrar 3 pingentes mágicos (representando as virtudes coragem, sabedoria e poder) que estão escondidos em cavernas espalhadas por Hyrule e protegidas por criaturas místicas. No seu caminho para recuperar esses pingentes, ele encontra um ancião chamado Sarasrahla, ele se torna seu mentor durante toda a jornada, falando telepaticamente com o herói. Após conseguir os 3 pingentes, Link vai até a floresta onde está a Master Sword e consegue empunha-la, se mostrando digno de usa-la. Nesse mesmo momento, ele ouve uma mensagem telepática da princesa avisando que o os guardas de Hyrule havia chegado; ao chegar no santuário, ele encontra o padre perto de morrer, lhe dizendo que levaram a princesa para o castelo. Link não chega a tempo, e Zelda é mandado para o Dark World por Agahnim; agora ele deve adentrar este mundo e salvar as 7 descendentes dos Sete Sábios, que estão presas em cristais e guardadas por servos de Ganon. Depois de resgata todas as 7 donzelas, elas usam o seu poder para quebrar a barreira que cercava a torre de Ganon; lá, Link enfrenta o mago Agahnim e descobre que ele era uma espécie de avatar sendo controlado por Ganon. Após Agahnim ser derrotado, Ganon sai de seu corpo em forma de morcego e vai em direção a Pirâmide do Poder (que fica bem no centro do Dark World); Link o segue e após uma batalha difícil, ele o derrota. Assim, ele chega até a Triforce e usa seu poder para restaurar o Dark World e Hyrule, além de trazer de volta a vida seu tio, o padre e o verdadeiro rei de Hyrule.
Mapa de Hyrule (Light World e Dark World) e itens presentes no jogo |
Gameplay, cenários e itens
Ao contrario de Zelda 2: The Adventure of Link, que tinha uma perspectiva side-scrolling (visão de lado); A Link to the Past adotou uma visão isométrica ,vista de cima, similar ao primeiro jogo. Sua movimentação está bem mais fluída e flexível, podendo até andar na diagonal, nadar, saltar entre alguns níveis de plataforma, erguer e empurrar objetos. Muitos itens ainda estão presentes, como a bomba, o arco e flecha, lampião, boomerang, as chaves para abrir as portas; além disso, o arco e flecha são itens separados igual a bomba, não sendo mais usado as Ruppes (o dinheiro do jogo) para ser usado. Um dos poucos conceitos que foi criado em Zelda 2 e está presente no jogo, é a barra especial, para realizar magias especificas no jogo; algumas ajudam a derrotas inimigos, outras ajudam a resolver puzzles e avançar no jogo. Os ataques de espada do Link, foram aprimorados para que fosse um golpe feito de lado ao invés de uma simples apunhalada a frente, visto nos dois primeiros jogos; isso facilita o combate contra os inimigos, pois a área de acerto é maior. Outra novidade em relação aos ataques de Link, é um ataque giratório; ao segurar o botão de ataque, Link dá um giro segurando a espada, podendo acertar mais alvos a sua volta. Novos itens foram adicionados, como o Hookshot (um gancho que pode ser usado como uma forma de ataque ou para prender em superfícies especificas para alcançar certas partes do cenário), a Pegasus Boots (uma bota que faz o personagem correr mais rápido e adiciona uma investida rápida para atacar), Power Glove e Titan's Mitt (luvas especiais que dão mais força a Link para levantar e empurrar objetos mais pesados), Medalhões que proporcionam magias especiais e é claro a Master Sword, se tornaria bastante presente nos jogos futuros da serie. O mapa do jogo é bem amplo para ser explorado, mas ao contrario do primeiro jogo em que se poderia ir qualquer ordem nas Dungeons (tirando algumas exceções), aqui existe uma ordem especifica para se fazer essas Dungeons, pois muitas necessitam de itens ou habilidades especificas para adentrar e ser explorada. Umas das novidades notáveis desse jogo, é a troca entre mundos; que faz ter um dinamismo e um fator de exploração maior. Para isso, Link pode usar o Magic Mirror (Espelho Magico) para mudar entre essas realidades, ou também usar portas que estão escondidos pelo mapa que proporcional essas viagens. O jogo conta com diversas Side Quests para que Link ganhe mais itens e aprimore suas habilidades; como melhorar seus equipamentos, conseguir roupas e escudos melhores e aumentar sua barra de vida e resistência. Falando em vida, uma outra novidade que estreou neste jogo, foram os "Piece of Heats", os pedaços de corações que aumentam sua vida. Nos primeiros jogos, já existiam os "Heart Containers" (que aumentavam um coração de vida por vez), neste jogo, surgiram esses "pedaços de coração" que ao pegar 4 deles, vira um "Heart Container" e aumenta um coração de vida.
Desenvolvimento
Devido ao grande sucesso que os jogos anteriores fizeram, a Nintendo foi capaz de investir bastante no terceiro jogo; com um orçamento e tempo de desenvolvimento amplo. Shigeru Myiamoto e sua equipe começara a desenvolver o projeto deste jogo ainda em 1988 para o Famicom (NES); mas devido as proporções que o projeto estava tomado, acabou sendo adiado para o futuro console da Nintendo que estava vindo em 1990, o Super Nintendo. O roteiro do jogo foi escrito pelo estreante na serie Kensuke Tanabe, enquanto Yoshiaki Koizumi ficou responsável pela historia de fundo que era contado nos manuais do jogo. A música ficou mais uma vez a cargo de Koji Kondo, que além de trazer a clássica canção tema da serie (Hyrule Overtude) numa versão atualizada, compos diversas outras canções que se tornaria marca registrada da serie; como "Zelda's Lullaby", "Ganondorf's Theme", "Hyrule Castle", "Kakariko Village", dentre outras. Segundo uma entrevista feita com Miyamonto, o plano inicial era que o desenvolvimento de A Link to the Past fosse feito junto com Super Mario World; assim os dois jogos seriam lançados juntos com a estreia do Super Famicom no Japão. Acabou que Mario Wolrd saiu junto com o console e Zelda teve que ser adiado. Segundo palavras do próprio Miyamoto - "Começamos com algumas pessoas desenvolvendo o game, o que normalmente dura cerca de um ano. Só então adicionamos mais gente a equipe, que passou uns 8 meses dando os toques finais. Foi em Novembro de 1990 que mais gente entrou no time de desenvolvimento de Zelda." Ele estava tão empenhado com a produção do jogo, que passava dias dentro da Nintendo - "Trabalhei tão duro, que as pessoas perguntavam "O que você vai fazer quando seu corpo desistir, já que você nunca vai pra casa?", mas eu sempre tratei de ter 8 horas de sono diário, então meu cérebro não ficava cansado."
Concept art de uma versão futurista da Princesa Zelda |
Inimigo descartado do jogo |
Diferenças entre as versões japonesa e americana
Assim como os jogos anteriores, tivemos muitas mudanças e censuras entre as versões lançadas em diversas partes do mundo. A primeira mais notável é o titulo do jogo, que no Japão se chama "The Legend of Zelda: Triforce of the Gods" (Triforce dos Deuses). Como a Nintendo of América sempre tentava evitar qualquer associação a coisas religiosas e simbolismos, eles mudaram o nome para A Link to the Past; apesar do jogo não ter viagem no tempo, o tal "elo" com o passado, seria dos Sete Sábios e suas descendentes presentes no jogo. O local onde Zelda fica escondida, após ser resgatado por Link, é descrita como uma igreja na versão japonesa, mas foi mudado para um santuário na versão americana. Assim como Agahnim que é chamado de padre, mas foi alterado no ocidente para ser um mago. No jogo, há uma escrita do povo Hylian, que inicialmente é ilegível para Link, mas depois através de um livro ele aprende a compreender essa escrita. Na versão japonesa, essa escrita usa desenhos que foram baseados em hieróglifos egípcios; por essas escritas carregarem significados religiosos, a Nintendo da América achou melhor trocar esses símbolos por outros.
Existe um item no jogo chamado Magic Hammer; na versão japonesa, esse item é descrito como "M.C. Hammer". Essa é uma provável referencia ao rapper de mesmo nome, que fez sucesso na época com o hit "U Can't Touch This". Ganon nunca chegou a ter um sobrenome na serie, assim como muitos personagens de Zelda; mas na versão ocidental, o manual de instruções afirma que seu sobrenome seria Dragmire. Foi a única vez que ele recebeu um sobrenome em toda a serie; isso não é canônico e teria sido resultado do time de tradução americano querendo acrescentar coisas na historia. As versões americanas e europeias usaram um novo logotipo para a tela de titulo e a art box; esse logotipo depois se tornou padrão para serie toda, até para as versões japonesas.
Recepção e Legado
O jogo teve uma enorme recepção dos fãs e da critica em geral, vendeu ao todo 4,61 milhões de unidades somente no Super Nintendo, sem contar outras versões que foram relançadas e portadas. Recebeu notas altas das principais midias especializadas de games, sendo bem elogiado pela sua gameplay e gráficos. Assim como o primeiro jogo e outros jogos posteriores da serie, A Link to the Past acabou se tornando um dos jogos mais importantes da Nintendo e da industria dos games. Além dele ter aprimorado o que já existia nos jogos anteriores, acabou criando coisas que seguiram por toda a serie e serviu de inspiração para muitos outros games. Desde seu lançamento até os dias de hoje, revistas e sites fazem lista dos games mais importantes de todos, e A Link to the Past sempre aparece e figura nas posições mais altas da lista; alguns consideram até um dos melhores jogos do SNES, senão o melhor jogo desta plataforma.
Reggie Fils-Aimé, ex-presidente da Nintendo of America |
Em 2013, uma continuação direta do jogo foi lançada para 3DS, chamada de The Legend of Zelda: A Link Between Wolrd. O jogo nasceu da vontade do diretor e produtor Eiji Aonuma de ver como A Link to the Past ficaria em 3D. O jogo se passa no mesmo cenário, mas a historia é completamente nova, novos puzzles e novas dungeos. Sea principal novidade é a habilidade que Link ganha de se transformar em uma pintura na parede; isso faz com que ele alcance lugares inaceitáveis e também acesse o novo mundo que a no jogo, Lorule. Este jogo também foi muito bem recebido e vende perto de 5 milhões de unidades.
Por ser um jogo muito querido pelos fãs, alguns entusiastas recriar este jogo em novas engines ou até mesmo em outros jogos. Claro que muitos desses projetos não vão pra frente ou não são disponibilizados para todos jogarem, por causa da politica da Nintendo, de sempre barrar esses projetos feito por fãs. Temos exemplos de um fã que usa o nome de CryZENx, que recriar diversos jogos antigos usando a Unreal Engine 4 (um dos moteres gráficos mais utilizados na atual geração). No caso de A Link to the Past, ele só recriou a parte inicial do jogo, onde o Link sai de sua casa com o lampião e explora os arredores daquela parte.
Um outro fãs que fez um belo trabalho, foi o usario BlobVanDam, que aproveitou o lançamento do mais novo Zelda para Nintendo Switch, o Link's Awakening (um remake do jogo original de Gameboy), para fazer uma versão de A Link to the Past nos mesmos moldes desse ultimo jogo, usando o motor gráfico Unity.
Também temos o usario BenXC, que usou o jogo Dragon Quest Builders 2 (um jogo da serie de RPG japones, que tem como principal mecânica criação de fases) para recriar quase fielmente o jogo A Link to the Past.
Curiosidades
Em 1990, a Nintendo realizou um concurso chamado "Get your name in a Video Game", através da revista Nintendo Power. O vencedor do concurso, deveria enviar uma foto de "Warmech" (também conhecido como Death Machine), um inimigo raro de se encontrar no Final Fantasy 1. Chris Houlihan foi o vencedor deste concurso, e o jogo escolhido para que seu nome estivesse presente foi The Legend of Zelda: A Link to the Past; apesar que ele não foi informado direito de qual jogo se trataria e onde o nome dele estaria. Seu nome foi colocado em uma sala secreta do jogo, na qual foi chamada de "Chris Houlihan Room"; nessa sala havia 45 Rupees azuis (que dava o total de 225 unidades de Ruppes) e uma mensagem que dizia: "Meu nome é Chris Houlihan. Está é a minha sala super secreta. Mantenha isso só entre nós, ok?".
"Chris Houlihan Room" |
Para mim, este Zelda é bem melhor, comparado aos dois jogos anteriores, principalmente em relação ao segundo jogo; pois esse eu tentei jogar (até para poder escrever a respeito dele aqui), mas o jogo era tão diferente do primeiro e meio chato, que acabei abandonando o jogo logo no começo. Em comparação ao primeiro, esse é bem mais agradável aos olhares atuais; a gameplay é bem mais fluída e trabalhada, e o gráfico muito mais bonito. Se com o primeiro jogo, a Nintendo conseguiu criar uma nova serie que trouxe muitas novidades, com A Link to the Past, ela conseguiu aprimorar e estabelecer a serie Zelda na historia dos games. Ajudou a estabelecer muitas coisas na serie, como a própria Master Sword, diversas canções que se tornaram memoráveis, itens e habilidades que frequentemente aparecem na serie, e muito mais. Esse acabou se transformando num dos jogos da serie que eu mais gostei de jogar até o momento (apesar de ter sofrido um pouco para derrotar o Ganon no final do jogo). Mas eu digo que vale muito a pena conhecer e jogar este grande e importante jogo do Super Nintendo, muito bem recomendado para vocês.
Excelente trabalho;
ResponderExcluirMuito Obrigado ^^
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