domingo, 1 de dezembro de 2019

The Legend of Zelda (1986) - "É perigoso ir sozinho."


A Nintendo já tinha deixado a sua marca na historia dos videogames, com o lançamento de seu Famicom no Japão em 1983 (Nintendo Entertainment System, no Estados Unidos em 1985). Com isso, diversos jogos se tornaram um sucesso; especialmente uma de suas maiores franquias até hoje, Super Mario Bros. Foi então que em 1986, a Nintendo lançou um jogo, que acabaria se tornando outra marca registrada da empresa; The Legend of Zelda. O jogo que deu inicio as aventura de Link, pelas terras de Hyrule, batalhando contra diversas criaturas, coletando itens e armas, e na maioria das vezes, em busca da Princesa Zelda; acabou virando futuramente uma das maiores franquias da historia dos games. Do mesmo jeito que Super Mario virou referencia para seu genero, The Legend of Zelda virou referencia para os jogos de RPG de ação e aventura, com um vasto mundo para se explorar. Eu sempre fui uma pessoa que ignorou um pouco a serie, nunca tento jogado algum jogo se quer, e sem saber do que se tratava o jogo. Então eu resolvi ir atrás da maioria desses jogos, para poder entender melhor o sucesso da franquia e falar a respeito deles. Então aqui começa uma serie de matéria a respeito de alguns jogos da serie Zelda, começando com o seu primeiro jogo.

Ficha técnica
Titulo: The Legend of Zelda (no Japão com o nome original de "The Legend of Zelda: The Hyrule Fantasy)
Desenvolvedora e Publicadora: Nintendo
Consoles: Family Computer Disk System (Famicom  Disk                          System) e Nintendo Entertainment System (NES)
Data de Lançamento: 21 de Fevereiro de 1986 (Japão)
                                   22 de Agosto de 1987 (América do Norte)
                                   15 de Novembro de 1987 (Europa)
Genero: Ação-Aventura
Diretores: Shigeru Miyamoto e Takashi Tezuka
Produtor: Shigeru Miyamoto
Designer: Takashi Tezuka
Escritores: Takashi Tezuka e Keiji Terui
Programadores: Toshihiko Nakago e Yasunari Soejima
Compositor: Koji Kondo

Enredo e Jogabilidade
A historia do jogo, e descrita em seu manual e num texto introdutório antes do menu inicial. Em um pequeno reino na terra de Hyrule, o caos toma conta após a invasão dos exércitos de Ganon. Ele invadiu o reino e roubou a Triforce do Poder, um artefato magico que dá grande força para aquele que a possuir. Na tentativa de impedir que Ganon colocasse as mãos na Triforce da Sabedoria, a Princesa Zelda dividiu em 8 partes o artefato e os esconder em diversos cantos do reino. Antes da princesa ser capturada por Ganon, ela envia sua guardiã Impa para encontrar alguém corajoso o suficiente para ajudar a salvar o reino. Enquanto vagava pelas terras de Hyrule, Impa foi cercada por capangas de Ganon, sendo salva por um jovem garoto chamado Link. Depois de Impa contar tudo que estava aconteceu e suplicar por ajuda, Link decidi ajudar; indo atrás dos 8 fragmentos da Triforce da Sabedoria, para ter forças o suficiente para derrotar Ganon e resgatar a Princesa Zelda.
Box Art Japones
No controle de Link, o jogador é colocado no mapa inicial sem nenhuma orientação sobre o que deve fazer e onde ir. Dentre 3 caminhos diferentes, a uma caverna na qual podemos adentrar e encontrar um senhor que lhe diz: "É perigo ir sozinho. Pegue isso.". E assim você ganha a sua espada que será muito útil em sua jornada (até conseguir uma melhor). Existe até a possibilidade de jogar boa parte jogo, sem usar a espada; sendo realmente necessário te-la, na batalha final. O jogador deve explorar o vasto mapa do jogo, adentrando as Dungeons (masmorras ou calabouços, numa tradução direta), para enfrentar inimigos e conseguir cada uma das 8 partes da Triforce da Sabedoria. Ao contrario de muitos jogos da época, em que se tinha que ir de um ponto ao outro, seguindo um único caminho; The Legend of Zelda não tinha essa linearidade, podendo se seguir para qualquer caminho. Na tela, o jogador tem em vista o mapa do jogo, seus corações de vida (começando com apenas 3, mas podendo aumentar para até 16), os itens equipados, quantidade de Rupees (espécies de rubys que são coletados e utilizados para comprar itens e dicas no jogo), quantidades de bombas e chaves (tais chaves são úteis para abrir diversas portas dentro das dungeons). Com o botão A, o personagem usa sua espada e com o botão B, ele usa os itens selecionados no menu, que pode ser acessado através do Start. Apesar do jogo lhe dar a opção de fazer as dungeons na ordem que quiser, algumas delas  necessitam de algum item especifico para serem acessadas. Um exemplo disso, é uma dungeons em que sua entrada está no fundo de um lago; para acessa-lá, o jogador deve ter uma flauta para tocar-la e fazer o lago secar, assim revelando a entrada da dungeon. Por essas dungeons, Link enfrentará diversos inimigos diferentes e itens que o ajudaram em sua jornada; como bombas, arco e flecha, boomerang, lampião e é claro, um dos pedaços da Triforce. Ao conseguir as 8 partes do artefato, a nona dungeon é habilitada, fazendo assim o personagem enfrentar Ganon; derrotando-o, o herói resgata a Princesa Zelda e a paz é trazida ao reino. Após terminar a primeira vez o game, é disponibilizada a chamada "Second Quest"; onde o desafio é maior, com os mapas das dungeons sendo diferentes e itens em lugares diferentes. Essa "Second Quest" pode ser acessada de primeira, se o jogador colocar o nome "Zelda", como seu nome no save.
Primeira Quest:



Segunda Quest:


Por trás do desenvolvimento
É bem perceptível a semelhança entre os personagens
Vindo de uma das mentes mais brilhantes dos games, Shigero Miyamoto disse uma vez numa entrevista a Gamespot, que o conceito de Legend of Zelda foi inspirado em suas experiência da infância. Quando criança, ele tinha o costume de explorar campos, florestas, cavernas e lago das redondezas de Kyoto. E também conta, que quando mais velho, saiu a viajar pelo pais todo, sem um mapa, tentando encontrar seu caminho e descobrindo coisas incríveis por onde passava. Outro detalhe revelado por Miyamoto, é a inspiração para o designer do personagem; muito fã da Disney, o visual de Link foi bastante inspirado no personagem Peter Pan. O nome do protagonista, venho de um conceito original da historia, descartado rapidamente. Inicialmente, o jogo teria elementos de viagem no tempo, tendo um passado medieval clássico e um futuro super tecnológico; e o protagonista serie esse "elo" (Link em ingles), entre as duas épocas. Até mesmo os pedaços da Triforce, se trataria de microchips a serem coletados. Essa ideia chegou a ser revisitada em A Link to the Past do Super Nintendo, mas o conceito de viagem no tempo foi só implementado em Ocarina of Time de N64; só que sem o lance de futurismo e microchips. O nome do personagem acabou ganhando outro significado; ao invés do elo entre passado e futuro, se tornou o elo entre personagem e jogador. Para o nome da princesa, a inspiração venho da esposa do escritor romancista americano Francis Scott Fitzgerald (1896-1940), Zelda Fitzgerald (1900-1948). Segundo o próprio Miyamoto, numa entrevista em 2007: "Ela era uma mulher famosa e bonita, e eu gostei do som de seu nome. Então, tomei a liberdade de usar o nome, no titulo do primeiro jogo." 
Zelda Fitzgerald e Francis S. Fitzgerald

Inicialmente, Link começaria sua aventura com a espada em mãos, mas Miyamoto resolveu tirar a espada do protagonista, para que os jogadores não saíssem por aí batendo em tudo que vissem e que tivessem a sensação de estar perdido e indefeso naquele mundo. Conforme a produção do jogo seguia, Miyamoto foi mudando e acrescentando coisas, que deixava cada vez mais complexo o jogo. Mostrar que, diferente de Super Mario Bros e outros jogos da época, Zelda não era um jogo de plataforma linear, e sim um dos primeiros jogos baseado na exploração e descoberta. A ideia dele, era de criar um senso de comunidade, em cima do jogo; que cada pessoa fosse descobrindo os segredos do jogo, e ir passando para amigos, cada um, compartilhando suas experiências e avançando no game. O projeto do game, visava o mais novo acessório que a Nintendo estava trabalhando, o Famicom Disk System. Esse periférico, que foi lançado no mesmo dia que o jogo, era encaixado na entrada de cartucho do Famicom, e possibilitava jogar alguns games que eram lançados em disquete; sem falar na possibilidade de usar o videogame, como um computador. A Nintendo teve a ideia do Disk System, para aproveitar a tecnologia dos disquetes, que eram mais baratos que cartuchos, também tinha uma qualidade maior de som, maior espaço e a possibilidade de reescrever dados por cima dele.

Tanto, que Zelda tem um sistema de Save, que jogos não tinham naquela época; que foi só possível, pela tecnologia da midia de disquete. O fato de poder reescrever dados no disquete, fez surgir a ideia de se implementar um criador de Dungeons. O jogador poderia criar suas próprias fases e repassar para outras pessoas jogadores, através de outros disquetes; mas a ideia foi deixada de lado em algum momento do desenvolvimento. Quando o desenvolvimento estava preste a terminar, os desenvolvedores perceberam que não haviam usado todo o espaço do disquete; a Nintendo tinha o habito de usar até o ultimo byte de espaço na midia. Foi então que Takashi Tezuka reprogramou o jogo todo, aumentando a dificuldade, modificando mapas e itens de lugar, para criar a "Second Quest" do jogo. Uma curiosidade, é que os 5 primeiros mapas da "Second Quest", tem o formato das letras que formam a palavra "Zelda".

Outra coisa que acabou sendo definida bem no final do desenvolvimento, foi o tema principal do jogo. Inicialmente seria usado uma musica classica padrão para a tela de titulo, mas por questão de direitos autorais, o compositor Koji Kondo teve que compor a canção que se tornou memorável para a serie; isso em apenas um dia. No lançamento japones, o jogo vinha com adesivos de brinde; isso não aconteceu fora do Japão, vindo sem nenhum brinde. O Famicom Disk System acabou não vendendo tanto quanto a Nintendo planejava, e por isso, a ideia de lança-lo fora do Japão foi cancelado; o periférico ficou sendo exclusive daquela região. Para o lançamento de The Legend of Zelda na América e na Europa, algumas adaptações tiveram que ser feito. Tiveram que produzir cartuchos com um chip SRAM com bateria interna, possibilitando o jogador salvar seu progresso no jogo. O primeiro Zelda se tornou o primeiro jogo a vir com este recurso de salvar o seu progresso no cartucho; recurso esse que seria mais usado em boa parte dos jogos de Super Nintendo. O cartucho do jogo, foi lançado numa cor dourada, se diferenciando dos outros jogos; isso seria repetido na franquia com os jogos Zelda II: The Adventures of Link e em Ocarina of Time. Outras mudanças acabaram acontecendo entre a versão japonesa e a ocidental do jogo, como a perca do recurso de comando de voz.
Inimigo do jogo, que poderia ser morto na base do grito.
Na versão japonesa do console da Nintendo, o controle vinha com auto-falante no meio dele, dando a possibilidade de alguns jogos usarem comandos de voz. No caso de Zelda, havia um inimigo chamado Pols Voice, que segundo o manual do jogo, odiava barulhos muito altos. O jogador então poderia usar o auto-falante do controle, para gritar ou falar mais alto, para derrotar esse inimigo. Esse recurso foi perdido na versão ocidental, justamente pela falta do auto-falante, e até causou um pouco de confusão com alguns jogadores. Na tradução do manual, dizia que este mesmo inimigo, odiava barulhos, o que fez muitas pessoas pensarem erroneamente que precisavam usar a flauta para derrota-lo. A Nintendo da América, sempre tentava evitar de tocar em assuntos que poderiam ser sérios e polemicos, como por exemplo assuntos religiosos. O problema é que Zelda fazia muitas referencias ao Catolicismo de maneira geral; coisas como o escudo de Link que tinha estampada uma cruz cristã e o livro de magias que se chamava Bíblia. Essas coisas acabaram sendo alteradas nas versões do jogo na América, justamente para evitar problemas e por medo de causas interpretações precipitadas. E por falar em coisas controversas, um dos mapas das dungeons tinha uma forma um tanto quanto suspeito; tratava-se de um mapa que lembrava muito uma suástica nazista. Na verdade, esse símbolo é uma suástica budista chamado Manji, que acabou sendo apropriada pelo partido nazista na Alemanha; mas existe diferenças entre elas. O símbolo com as pontas viradas para o sentido anti-horário, é o símbolo do budismo, que está presente no jogo; enquanto o com as pontas viradas para o sentido horário, é o usado pelos nazistas.
Suástica budista, que lembra o símbolo nazista.

Recepção e Legado
Cartucho dourado de Zelda.
The Legend of Zelda se tornou um best-seller da Nintendo, vendo cerca de 6,51 milhões de unidades só no NES e mais de 9 milhões se somadas com versões portadas e relançadas. Foi um dos primeiros jogos do console a chegar a 1 milhão de unidades vendidas. Diversas revistas na epoca, o classificaram como um dos melhores jogos de NES e por muito tempo foi considerado um dos jogos mais importantes de todos; e diversas outras publicações mais recentes o continuam colocando na lista dos mais importantes e influenciadores da historia dos games. Além da Nintendo ter criado outra grande franquia, acabou criando um jogo que serviu de exemplo para diversos outro jogos de Adventure; com foco na exploração, combate e resolução de enigmas. Dentre seu diversos relançamentos, teve uma versão para Game & Watch em 1989, coletaneas para GameCube e Gameboy Advance, juntamente com seu segundo jogo, foi incluído dentro do NES Classic Mini e recentemente incluído no plano de assinatura online do Nintendo Switch. Curiosamente, essa versão que está disponivel no console, acabou tendo uma versão mais fácil e simplificada dentro dele. Chamada de The Legend of Zelda: Living the Life of Luxury, o jogador começa com um numero maior de itens e rupees, sem falar de ter acesso mais fácil a itens importante do jogo. Em 1995, a Nintendo lançou para o Super Famicom um sistema chamado de Satellaview, um modem via satélite, onde a empresa lançava jogos e expansões via streaming. Esses jogos, eram salvos em cartuchos feitos especificamente para o Satellaview. Dentre esses diversos jogos, o primeiro Zelda ganhou uma espécie de "sequência" em 16 bits, que continham 4 episódios, podendo até jogar com outros personagens, além de Link. Numa época onde já havia o Super Nintendo, mas muitas pessoas ainda tinham o NES; a Nintendo relançou tanto o primeiro Zelda, quanto o segundo, numa edição especial onde o cartucho tinha a cor padrão dos outros jogos do console. Essas versões dos dois primeiros games, acabaram se tornando raras e por consequência, muito caras de se adquirir.
Relogio com Zelda para jogar.
Diversos produtos foram lançados com a marca da serie, dentre os mais curiosos estão toalhas e até latas de lixo (marketing dos anos 80, era outra coisa). A empresa Nelsonic Industries, produziu durante os anos 80, uma linha de relógios digitais que traziam games embutidos neles (algo que poderia parecer com os atuais SmartWatchs atualmente). Dentre estes, houveram dois modelos diferentes que vinham com o jogo. Em 1989, foi produzida pela DiC Entertainment, uma serie animada baseada nos dois primeiros jogos de Zelda. A serie contou com apenas uma temporada de 13 episódios e passava em conjunto com a serie animada Super Mario Bros. Super Show, feito também pela mesma empresa. No Brasil, o desenho foi transmitido entre 1991 e 1992 pelo Xou da Xuxa na Rede Globo. A trama se passa no reino de Hyrule, onde Link deve impedir Ganon de conseguir o poder das Triforces (na dublagem brasileiro, chamada de Força Tripla) para conquistar Hyrule. Link é retratado de forma bem diferente, comparado aos jogos; aqui ele é um herói arrogante, orgulhoso e brincalhão que sempre irrita a Princesa Zelda. Uma coisa que se tornou meme nesta animação, foi o bordão do personagem, que sempre falava "Excuuuuse me, Princess!" (Dá licença, princesa!).




Diversos fangames já foram feitos, inspirados nos jogos de Zelda, e referente ao primeiro jogo, se destaca um feito em 2016. Para comemorar os 30 anos do game, dois fãs (Scott Lininger e Mike Magee) conseguiram criar uma versão do primeiro jogo num estilo 2.5D e que rodava diretamente em navegador sem nenhum problema; o jogo foi chamado de The Legend of Zelda 30 Year Tribute. Infelizmente, este game não está mais disponível para ser jogado, por conta da Nintendo não gostar de ver terceiros usando suas franquias sem permissão para fangames. Mesmo sim, existem videos desse fangame que mostra como ficou o trabalho desses dois fãs da serie. Ainda antes desse fangame, existiu um prototipo feito em 2009, de outro projeto feito por fã; que se trataria de uma versão 3D em primeira pessoa. Não se tem muitas informações desse projeto, além de alguns videos na internet.




Por não ser fã da serie e não ter jogado algum desses jogos na época que saíram, acabo não tendo tanto amor pelos jogos; mas ao jogar este primeiro jogo, consigo ver sua importância e o quão revolucionário ele foi. Suas ideias de designer, a sua exploração, combate e a forma de se descobrir as coisas no game; ajudaram a virar exemplo para diversos jogos que viriam e ajudou a fazer a serie Legend of Zelda crescer. Talvez hoje em dia, jogar este primeiro jogo possa ser um pouco complicado, na questão de sua jogabilidade e gráficos um pouco datados; mas nada que possa fazer o jogo ser injogavel ou difícil de entende-lo. O fato do jogo ter save, e de também ele não ser daqueles jogos em que você morre, perde tudo que fez e tem que começar tudo do zero, ajuda bastante. Podendo salvar o progresso, não tinha aquela necessidade que os jogos da época tinham, de ter que jogar horas e horas seguidas, para terminar. E quando o personagem morre, ele não perde todos os itens, e quando morre dentro de uma dungeon, ele não volta para o começo do jogo, apenas para a sala inicial da dungeon. Confesso que não tentei fazer a "Second Quest", mas ainda gostaria de arriscar para ver como é. Enfim, a minha experiência com a serie Zelda está apenas começando, e ainda tem muito chão pela frente; mas por hora, terminamos aqui, com a princesa salva e a terra de Hyrule em paz...por enquanto.

2 comentários:

  1. Meus parabéns pelo testo, to surpreso do controle com auto falando no século XX, rapaz a nintendo gostava de fazer umas peripécias...

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