terça-feira, 25 de setembro de 2018

Lista: 30 musicas dos Beatles para escutar (parte 2)


Dando continuidade as musicas essenciais dos Beatles para escutar; entramos agora na parte mais criativa e psicadélico da banda. Nessa época; a banda parou de fazer shows pelo mundo, e se focou apenas em estúdio. Começaram a experimentar novos recursos de gravação e captura de audios, pegaram inspirações na cena Pop e cultura do país, misturou generos de todos os tipos...Basicamente, se arriscaram e inovaram o seu som. Disso tudo, saiu coisa como Sgt. Peppers, Magical Mystery Tour, The White Album, Abbey Road. Até que em 1970, a banda acabou por definitivo, por desentendimentos entre os integrantes e alguns outros motivos pessoais de cada um. Como isso, neste mesmo ano foi lançado Let It Be, ultimo álbum da banda e o único não produzido por George Martin. Daremos prosseguimento com as próximas 16 musicas restantes da lista. Caso não tenha visto a primeira parte, veja aqui primeiro e depois volte para seguir essa linha cronológica de hits da banda. Link para a primeira parte: Lista: 30 musicas dos beatles para escutar


Lucy in the Sky with Diamonds
Álbum: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Sgt. Pepper's é praticamente um obra-prima não só da musica, como da cultura pop em geral. Neste álbum, os Beatles chegaram em outro patamar. Ganhou muitos prémios e aparece em varias listas como um dos álbuns mais vendidos da historia e mais importante de todos. O conceito todo do álbum, venho de Paul: uma banda fictícia, com o alter ego de Sgt Pepper. Como a banda não iria mais fazer shows, ousaram com utilização de efeitos sonoros, instrumentos diferenciados e canções orquestradas. É considerado uma opera rock (um álbum que conta uma historia, se interconectando com cada musica no disco). É difícil numerar apenas algumas musicas desse álbum para a lista; mas irei destacar 2 aqui. A primeira é "Lucy in the Sky with Diamonds", composta mais por parte de Lennon; essa música tem duas explicações para a sua origem. A primeira é mais uma especulação que se tem até hoje da musica; que é a influencia do LSD na musica. Tanto por causa da sonoridade e da letra psicadélico, tanto pelo fato que as iniciais da musica dão a entender isso: Lucy in the Sky with Diamonds. A musica chegou até a ser proibida de tocar em alguns lugares por causa disso. Mas Lennon sempre negou essa versão da historia. Segundo ele, foi inspirado em um desenho que seu filho Julian trouxe de uma colega chamada Lucy O'Donnel. Seu filho chegou explicando que aquele desenho seria a "Lucy no céu com diamantes". Com essa frase, John começou a fazer associações que o levaram a compor a musica. A musica é cheio de surrealismos e um jogo de palavras que o musico gostava de fazer em suas musicas.

A Day in the Life
Álbum: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Ultima musica do álbum, que é finalizada de maneira apoteótica. Foi composta de duas composições distintas que John e Paul tinham, cada um. Lennon começou a letra, inspirado em algumas manchetes de jornal que acabara de ler; uma sobre um acidente fatal de carro, e outro sobre a quantidade de buracos nas estradas de uma rua especifica. Também pegou inspiração num filme em que ele participou chamado "How I Won The War" (Como eu ganhei a guerra); um filme de humor negro, mostrando a vitoria do exercito britânico na guerra. No caso, ele tinha o inicio e o fim da canção, mas não tinha o miolo da musica. Mesmo assim, ele gravou as partes que tinha e marcou o meio dela com uma contagem de 1 a 24 compassos; marcado por um toque de despertador ao final dessa contagem. Em paralelo, Paul tinha uma letra que não possuía começo nem fim; que contava a rotina de uma pessoa acordando atrasada e indo pegar um ónibus, enquanto acendia um cigarro. Apesar das letras serem um pouco diferentes, eles decidiram juntar as duas musicas; e assim nasceu a letra de "A Day in the Life". E no fim das contas, até combinou; pelo fato que a parte de Paul que começa com "Woke up, fell out of bed" (Acordei, cai da cama), vem bem depois do toque do despertador que Lennon havia deixado para marcar o tempo da musica. Com isso, Lennon achou tão bom, que manteve o som do despertador na versão final da musica. Para a gravação da música, foi utilizado uma orquestra de 40 músicos, sendo que Paul queria inicialmente uma com 90 músicos; mas George Martin disse que 40 já seria o suficiente para o que eles queriam. Mesmo assim, após a gravação da orquestra, ela foi quadruplicada com o uso de overdub (efeito de gravação usado para acrescentar uma nova faixa de audio em cima de outra já existente); criando um efeito semelhante a 160 músicos executando a canção. E pra finalizar a parte instrumental, foi tocado um acorde em Mi Maior em 3 pianos diferentes, sendo triplicados com efeito de overdub, criando um efeito apoteótico. Após o final da música, fica um intervalo onde John toca um apito que só cães podem ouvir, e termina com sons anexados de barulhos de festa e frases incompreensíveis. Na época do lançamento da canção, as rádios inglesas decidiram banir a música, por considerar que ela fazia referencias explicitas a uso de drogas como maconha e LSD.

I Am The Walrus
Álbum: Magical Mystery Tour (1967)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney
Após gravarem Sgt Pepper's, Paul teve uma ideia para um filme baseado nas musicas dos Beatles. O filme não teria um roteiro definido, seria apenas pessoas viajando em um ónibus, vivenciando aventuras e experiências "magicas". Foram feitas 6 musicas novas para o filme, que foi nomeado de "Magical Mystery Tour". O filme passou no canal BBC próximo do período natalino, mas não teve uma boa recepção e foi duramente criticado. Mas pelo menos rendeu um otimo álbum, de mesmo nome; tão experimental quanto o anterior. E a primeira musica que destaco, é "I am the Walrus" (Eu sou a morsa). Uma música escrita por John, completamente sem sentido nenhum. Ele escreveu durante algumas de suas "viagens" de drogas; misturando umas 3 músicas distintas que havia escrito. Também usou como inspiração, o fato de que descobriu que um antigo professor seu de ingles, estava usando as musicas dos Beatles em aulas de interpretação. Então ele pensou em escrever uma letra que fosse praticamente impossível de entender e ser interpretada algum sentido. A música em si, é bem nonsense, sem sentido; e até hoje muitos tentam achar uma interpretação certa para está canção.

Hello, Goodbye
Álbum: Magical Mystery Tour (1967)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Alistair Taylor, um assistente de Brian Epstein (empresario dos Beatles), uma vez perguntou a Paul McCartney como ele compunha suas canções. Então ele o levou até a sua sala de jantar, e enfrente ao piano, Paul pediu pra Taylor gritar o oposto do que ele dissesse: preto e branco, sim e não,  olá e tchau. Não dá pra saber se Paul realmente fez aquela música naquele momento ou se ele já tinha uma certa ideia da música em sua cabeça. Seja como for, um tempo depois ele chegou com uma fita demo do que seria o próximo single da banda; "Hello, Goodbye". Sétima música do álbum e primeira do lado B; a música venho inspirada nesta historia contada anteriormente. Eu gosto de dizer que essa canção é perfeita pra quem não sabe cantar e nem entender ingles direito; porque ela constituída de frases e palavras bem simples e fáceis de serem compreendidas em qualquer língua. Essa canção não tem uma explicação tão profunda; é só um jogo de palavras feito por Paul.

All You Need is Love
Álbum: Magical Mystery Tour (1967)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Ultima música do álbum; umas das mais emblemáticas e importantes da banda. Pois ela foi executada pela primeira vez, numa apresentação exclusiva para o canal BBC, onde seria feita a primeira transmissão ao vivo mundial via-satélite para mais de 26 países. Esse trabalho, envolvia redes de tv das Américas, Europa, Escandinávia, África, Austrália e Japão. Foi solicitado para os Beatles que escrevessem uma música em que a mensagem pudesse ser entendida por todos os povos da Terra. John e Paul começaram a pensar em algumas composições, até que Lennon chegou na letra e melodia de "All You Need is Love". A música se encaixou muito bem na proposta de propagar alguma mensagem; uma mensagem de amor que todos podem entender. A transmissão foi feita ao vivo diretamente do estúdio Abbey Road em 25 de Junho de 1967. Apesar da importância do momento histórico; os Beatles não pareciam muito empolgados com isso. Segundo o que Geoff Emmerick, engenheiro de som da banda, escreveu em um livro; no dia em que o empresário da banda, Brian Epstein, deu a noticia para os integrantes, todos eles não deram a mínima para isso. O próprio Brian saiu decepcionado e cabisbaixo com o desprezo da banda. É que a banda via aquilo, como uma quebra da ideia que eles tinham de não fazer mais apresentações ao vivo. E o próprio John disse para ele: "Isso é o que você ganha por nos comprometer a fazer algo sem nos consultar". Apesar de tudo isso, a música foi feita, e a apresentação realizada.

Hey Jude
Single lançado em Agosto de 1968
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

A canção foi escrita em Junho de 1968, enquanto Paul fazia uma visita a Cynthia e Julian Lennon. Na época, John estava em processo de separação de Cynthia para se casar com Yoko Ono; como Paul era muito próximo dela e do filho de John, resolveu dar um apoio emocional aos dois. Paul conta que enquanto dirigia até a casa deles, desligou o radio do carro e tentou compor uma melodia. Inicialmente começou chamando-se "Hey Jules", e o primeiro versão surgiu então: "Hey Jules - Don't make it bad, take a sad song, and make it better..." Cynthia ficou bem surpresa e feliz com a iniciativa de Paul; e depois John até achou que a música fosse sobre o começo do relacionamento dele com a Yoko. Anos depois, Lennon disse em uma entrevista que essa era a melhor música de Paul havia composto. Todos da banda se impressionaram com a música e já trataram de grava-la; foi aí que a musica mudou para "Hey Jude". No seu lançamento, a canção ficou 9 semanas no topo das paradas e depois de alguns meses, alcançou 8 milhões de copias vendidas ao redor do mundo. Algumas rádios se negaram a tocar a música por causa de sua longa duração, 7:11; tanto que algumas rádios dos Estados Unidos tocavam uma edição editada. A canção foi considerada a oitava melhor música de todos os tempos pela revista Rolling Stones, foi usada no encerramento das Olimpíadas de Londres, e em 1996 o próprio Julian Lennon pagou 25 mil libras pelas anotações originais da música. A canção saiu em 26 de Agosto de 1968, como lado A de um single que contém a nossa próxima música.

Revolution
Single lançado em Agosto de 1968
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Canção lançado como lado B do single que vinha com "Hey Jude". Escrita por Lennon, foi a primeira música com uma temática mais politica. Nessa época, John meditava bastante, e começou a refletir em varias coisas que estavam acontecendo ao redor do mundo: uma revolta estudantil que aconteceu em Paris, a guerra do Vietnã e a morte de Martin Luther King, foi o estopim para ele por suas opiniões e ideias para fora. Até então, os Beatles não se posicionavam em assuntos políticos e sócio-económicos; sempre que eram questionados sobre coisas como a guerra do Vietnã, eles sempre eram orientados a não se pronunciarem. Lennon achava que a banda não poderia ficar mais quieto e ignorar os acontecimentos do mundo, e precisavam dar suas opiniões de forma geral. Então, ele usou esta canção para desabafar tudo que estava sentindo no momento; saindo assim uma letra bem politizada. A canção teve duas versões lançadas: uma mais acelerada e pesada que foi lançada como single; e uma outra mais lenta e calma lançada posteriormente no álbum seguinte da banda. A versão lenta foi gravada primeiro, e Lennon queria essa versão pra ser o single, mas a banda vetou; que fez John ficar irritado e despejar sua ira na versão que ficou mais agressiva, utilizada como single. Para dar a distorção utilizada na música, Harrison usou um efeito de fuzzer no pedal ligado ao amplificador, com todos os medidores no máximo. Juntando isso com os berros de John, e uma força maior nas batidas feita por Ringo; "Revolution" se tornou a canção percussora do genero Hard Rock.

Ob-La-Di, Ob-La-Da
Álbum: The Beatles (White Album) (1968)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Os Beatles estavam num época tão cheia de criatividade, que seu album seguinte foi duplo. Batizado apenas de "The Beatles", mas sempre apelidado de "The White Album", (pelo fato de a capa ser toda branca, e só ter o nome da banda escrita em cinza), foi lançado em 22 de Novembro de 1968. Por se tratar de um álbum duplo, tem muitas musicas que gostaria de citar aqui; mas como tenho que seguir a regra de 30 músicas que impus, diria que consegui selecionar as mais interessantes pra descrever. Começando com "Ob-La-Di, Ob-La-Da", quarta música do primeiro disco do álbum. Paul escreveu essa música, ao ouvir essa expressão dita por um músico nigeriano de conga, chamado Jimmy Scott; na qual ele conheceu num clube de música em Londres. Era um cara bem extravagante e cheio de frases de efeito. Sua esposa dizia que ob-la-di era uma tradução fonetica de algo que o pai de Scott em uma língua de um povo nigeriano. O significado nunca foi explicado; ninguém dos Beatles e nem mesmo Paul, sabia o significado correto da frase. Nos seus show; Scott sempre citava a frase para o publico: "ob-la-di, ob-la-da, life goes on". Paul resolveu usar essa frase, como refrão da música que compos. Até gerou um pouco de polémica, pois o próprio Scott queria créditos pela canção; mas acabou dando em nada isso. Dá para considerar a canção como um Ska (genero derivado do Reggae). Paul havia escrito a letra durante um dos períodos de meditação na Índia; uma letra bobinha, sobre um casal chamado Desmond e Molly que se conhecem e constituem família. Sua gravação foi bem conturbada; com muitos problemas e desavenças entre os integrantes e produtores. Segundo o engenheiro de som Geoff Emerick, essa foi a gota dagua pra ele largar os trabalhos com a banda. Também conta que em determinado momento; George Martin começou a dizer como Paul deveria cantar a canção; e o mesmo retrucou:"Então vem cantar você". Ainda conta que John Lennon odiava a canção e chamava ela de "a baladinha de merda do Paul". Num dia de gravação, John saiu do estudio para espairecer um pouco e voltou, completamente dopado, dizendo que nunca tinha se sentido daquele jeito. Então, se sentou em frente ao piano, e tocou os acordes que foram usados na introdução da versão final da música. Curiosamente, numa pesquisa na internet no começo dos anos 2000, a canção foi escolhido como umas piores de todos os tempos.

Blackbird
Álbum: The Beatles (White Album) (1968)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Paul revelou em um programa, que o instrumental no violão, foi inspirado em uma composição do músico clássico Johann Sebastian Bach. A canção de Bach, era originalmente para violão clássico, Paul e George tentaram aprende-la, quando jovens. McCartney alterou algumas notas dessa canção, e criou a base para "Blackbird". Existe diversas e contraditórias origens para a letra e melodia desta canção. Uma dessas versões, é de que a letra é uma metáfora sobre os conflitos raciais nos Estados Unidos, principalmente quanto a situação das mulheres negras. Outra versão para a origem da canção; foi que ela foi composta durante um período de Paul na Índia, no momento em que ele ouviu um melro-preto cantar pela manhã. Ele pegou o violão, e começou a criar uma melodia por cima do canto do pássaro. Ambas as explicações são validas e fazem sentido; se analisada a música. Paul havia lido noticias no jornal sobre os recentes conflitos raciais nos Estados Unidos e o sofrimento de mulheres negras na sociedade. A música é uma espécie de apoio e o melro-preto simboliza as mulher negra. Os seguintes versos são cantados: "Pássaro preto, pegue essas asas quebradas e comece a voar."..."Por toda a vida você só esperou esse momento para ser livre". A música foi gravada somente por Paul; que cantou, tocou violão e marcou o compasso da músicas com o bater dos pés. Tanto que ele pediu para colocar um microfone no assoalho do chão do estúdio, para captar os sons da batida do pé. E depois, foi incluído na música, um canto de um autentico melro-preto.

Don't Pass Me By
Álbum: The Beatles (White Album) (1968)
Compositor: Ringo Starr

Está foi a primeira canção própria de Ringo Starr gravada pelos Beatles. Ele já tinha dividido composição com John e Paul na canção "What Goes On" do album "Rubber Soul", e "Flying" do álbum "Magical Mystery Tour", que foi creditada por todos da banda. Mas "Don't Pass Me By" foi sua primeira composição autoral, sem apoio dos outros integrantes. A primeira menção a canção, foi feita em uma sessão de entrevista na BBC em 1964. Durante uma conversa, perguntaram para Ringo se ele compunha para os Beatles, e Paul respondeu por ele interrompendo:"Don't pass me by, don't make me cry, don't make me blue". Provavelmente, Ringo já havia mostrado  a ideia da canção para a banda, mas eles nunca havia cogitada para gravação até então. A letra é bem simples; trata-se de um pedido de desculpas e uma demonstração de arrependimento para uma garota. A gravação foi feita apenas por Ringo, cantando e tocando bateria, percussão e piano; por Paul que tocou baixo e piano; e também por um violinista chamado Jack Fallon. George Martin chegou a fazer um arranjo com orquestra para usar de introdução da música, mas foi rejeitado. Essa introdução foi lançada depois com o nome de "A Begining" na coletanea "Anthology" em 1996. Após está canção, Ringo ainda implacaria uma outra canção antes do fim da banda; "Octopus's Garden" contida no album "Abbey Road".

Helter Skelter
Álbum: The Beatles (White Album) (1968)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Paul estava na Escócia, quando leu em uma revista especializada em música, uma entrevista de Peter Townshed da banda The Who; dizendo que seu mais recente single, "I can see for miles", era a canção mais suja e barulhenta de todas já feita. Porém, quando Paul ouviu a tal canção, chegou a conclusão que  não era tão barulhenta assim. Ele a definiu, como um "barulho organizado", e tratou de compor uma canção que realmente fosse barulhenta e suja. Essa caso, também se juntou ao fato, de que os críticos sempre falavam que Paul só sabia escrever baladinhas romanticas e letras bobinhas. Ele juntou tudo isso, e ao poucos começou a tomar forma a canção "Helter Skelter". Uma canção tão pesada, barulhenta e suja, que muitos arriscam dizer que poderia ser considerado o primeiro Heavy Metal da historia da música. A letra em si, é bem sem sentido. "Helter Skelter" é o nome de um brinquedo britânico, que consiste num tobogã em forma de espiral. Paul quis fazer uma metáfora do brinquedo, com a queda e ascensão do Império Romano; que foi o tema que ele usou para a canção. Também tem o fato, de que "Helter Skelter", é um termo que significa confusão, algazarra. Foram diversas sessões de gravação para a música. Paul berrava em varias partes da música, exigia que Ringo tocasse o mais forte e pesado possível na bateria, e diversos recursos foram utilizados para deixar a canção o mais suja e barulhenta possível. Após certa de 18 takes, Ringo já não aguentava mais tocar de maneira selvagem na bateria; após o ultimo bater dos pratos, tacou as baquetas para o ar e gritou ferozmente: "I've got blisters on my fingers!"(Eu estou com bolhas nos dedos). Esse grito foi capturado pelos microfones da gravação, e a banda resolveu inclui-la na versão final da música, para dar mais autenticidade ao tom agressivo da música. Apesar do grande reconhecimento e importância da música; há um lado tanto quanto obscuro por trás dela, assim como algumas músicas desse album. No final dos anos 60; um psicopata chamado Charles Manson ficou conhecido por diversas chacinas e atrocidades nos Estados Unidos. Em muitos de seus atos, ele escrevia com sangue nas paredes, nome de músicas dos Beatles: dentre elas, "Helter Skelter". Ele acreditava, que a própria banda era uma representação dos 4 cavaleiros do Apocalipse, e que suas canções continham mensagens secretas. Charles foi preso em 1971, inicialmente condenado a morte, mas teve sua sentença mudada para prisão perpetua. Ele morreu em Novembro de 2017 ao 83 anos, de causas naturais.

Here Comes The Sun
Álbum: Abbey Road (1969)
Compositores: George Harrison

Apesar de não ser o ultimo álbum da banda, foi o ultima gravado por eles, antes do fim definitivo da banda. Este disco, muitos conhecem por causa de sua capa; pois é aquele que possui a foto onde os integrantes estão atravessando uma rua. Trata-se da rua que ficava em frente ao estúdio Abbey Road; onde Beatles gravaram todos os seus álbuns. Neste álbum, Harrison implacou duas canções de sua autoria. A primeira foi "Something"; segunda música do album, e segunda música mais regravada de todos, só perdendo para "Yesterday" da própria banda. E a segunda música que é o destaque aqui, é "Here Comes The Sun". Uma das composições mais memoráveis e conhecida da banda, vinda de George Harrison. Ele escreveu está canção, quando foi visitar seu amigo Eric Clapton em sua mansão. Durante uma caminhada com o amigo em seu jardim pela manhã; George se sentiu inspirado ao olhar para o céu, naquela manhã bonita. Pegou emprestado um violão de Eric, e começou a compor a canção. A gravação da canção, teve um acompanhamento de orquestra, mas não contou com a participação Lennon; pois estava afastado por decorreria de um acidente de carro que sofrerá.

Because
Álbum: Abbey Road (1969)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Canção feita por John, mas creditada pela dupla Lennon/McCartney; sétima música do álbum Abbey Road. Certo dia, Lennon estava ouvindo Yoko Ono tocando piano; era uma canção de Beethoven chamada "Sonata ao Luar". Ao ouvi-lá, John pediu para que ela tocasse os acordes invertidos; do fim para o começo. Com essa melodia, John se inspirou a escrever a música "Because". John, Paul e George cantam em coro harmónico a canção. E na pós-produção, usaram o efeito de overdub 3 vezes, dando a impressão de 9 vozes na música. Lennon toca guitarra, Harrison toca sintetizador, McCartney toca baixo. Ringo estava presente nas gravações, mas sua participação se limitou apenas a fazer a marcação do andamento da música. Eu considero essa uma canção muito bonita e bem trabalhada; demonstra bastante o talento e harmonia perfeita entre os integrantes ao grava-la. Anos mais tarde, na coletanea Anthology, foi incluida uma versão só a capella da canção.

Across The Universe
Álbum: Let It Be (1970)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Chegamos ao ultimo álbum da banda. "Let It Be" se trata de algumas gravações que foram feitas antes do álbum Abbey Road. Foi produzido por Phil Spector (único álbum não produzido por George Martin); lançado em 8 de Maio de 1970, quando a banda já tinha decretado o seu fim. Deste álbum, destaco 3 canção para poder fechar a lista. A primeira, é "Across The Universe"; terceira canção do álbum. As gravações dessa canção começaram em Fevereiro de 1968, juntamente com algumas outras canções que foram utilizadas de single posteriormente; como "Lady Madonna" e "The  Inner Light". Varias versões foram gravadas, mas John nunca ficava satisfeito; sempre tentava outros arranjos e variações para a música. Numa dessas versões; Paul e John chamaram duas fãs que estavam aos arredores do estúdio, para fazer coro na canção. Inclusive, uma delas era brasileira; chamada Lizzie Bravo. Esse coro delas, foi utilizado na versão que está contida no álbum. Uma curiosidade; é que está canção foi escolhida pela NASA para ser lançada ao espaço em 4 de Fevereiro de 2008. Foi feito isso para celebrar os 40 anos da música e o quinquagésimo aniversario da NASA.

Let It Be
Álbum: Let It Be (1970)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

A canção foi escrita entre o lançamento do "Album Branco" e o "Abbey Road". Paul conta, que durante estes períodos mais turbulentos que a banda vivia; teve um sonho com sua mãe, que já havia falecido 10 anos antes. Para ele, foi uma coisa otima, poder ver a imagem de sua mãe novamente, depois de muito tempo. Ele não tinha certeza, mas durante este sonhe; teve a impressão dela ter dito "let it be"(deixa estar). Foi dessa experiência e frase, que o inspirou compor a canção "Let It Be", sexta música do álbum de mesmo nome. A canção em si, tem uma mensagem positiva, de incentivo; dizendo para continuar, nunca desistir e sempre acreditar em si e que tudo vai se resolver. Algumas pessoas acabam tendo uma visão e mensagem católica ou cristã, pela frase "Mother Mary comes to me"; que alguns podem interpretar como "Ave Maria  vem até mim". Acontece que a mãe de Paul se chamava Mary; por isso o nome escolhi para canção. Mas Paul na sua visão, não se importa das pessoas terem essa visão da canção; pois via isso como uma coisa positiva e um modo das pessoas demonstrarem fé em algo.

Get Back
Álbum: Let It Be (1970)
Compositores: John Lennon, Paul McCartney

Agora para concluirmos, a ultima canção do ultimo álbum da banda; "Get Back". A música nasceu de algumas Jam Session de improviso; Paul tocando baixo e improvisando uma letra por cima, e logo em seguida, George entrando com um riff de guitarra. Inicialmente, a canção era mais profunda e teria um teor mais politico; pois ela foi surgindo após Paul ter lido noticias sobre paquistaneses recém-chegados no Reino Unido, sofrendo represarias da direita fascista no país. Tanto que a música em certo momento, chegou a ter o nome de "No Pakistanis". Conforme a canção foi tomando forma, perceberam que ela estava susceptível a más interpretações e que as pessoas poderiam usa-la de forma errada. Assim, a canção foi nomeada para "Get Back" e todas as menções a povos asiáticos e assemelhados forma substituídos, colocando localidades neutras. A canção chegou a ser lançada em um single anteriormente, em 11 de Abril de 1969, com "Don't Let Me Down" no lado B. E ela que fecha nossa lista de 30 músicas essenciais dos Beatles para se escutar e apreciar.


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