Além de meu primeiro console, era o primeiro jogo que joguei; mal sabia pra onde aquilo tudo ia me levar. Na época eu nem pensava nisso, mas de uns anos pra cá, percebi como realmente esse jogo foi muito importante pra min. Penso, talvez, que se não fosse por esse jogo; eu não continuaria jogando videogames; não conheceria novos jogos; não melhoraria meu desempenho nos jogos; não estaria nem escrevendo esse texto, expressando todo meu amor por esse jogo.
Intro de Super Mario World, Super Nintedo |
Super Mario World (originalmente
chamado no Japão de Super Mario Bros. 4), é um jogo de plataforma 2D desenvolvido
e publicado pela Nintendo como um título que acompanhava o console Super Nintendo.
O jogo foi lançado em 21 de Novembro de 1990 no Japão e 13 de Agosto de
1991 na America. Super Mario World se
tornou um enorme sucesso crítico e comercial, sendo considerado o mais
bem-vendido da plataforma, com 20 milhões de cópias vendidas no mundo todo. O jogo foi relançado duas
vezes, a primeira para Game
Boy Advanced com jogabilidade modificada (com a
diferenciação real entre o Mario e o Luigi), em Super Mario World: Super Mario
Advanced 2. O segundo relançamento foi para o sistema Virtual Console do Wii em 2007, desta vez não havendo mudança alguma
da versão original para SNES. O jogo foi dirigido por Takashi Tezuka e produzido por Shigeru
Miyamoto, o criador das franquias Mario e The Legendo f Zelda,
com Shigefumi Hino como o designer de gráficos e trabalhando na criação de
Yoshi. A trilha sonora do jogo foi composta por Koji Kondo. O jogo levou 3 anos para ser desenvolvido.
Na historia
do jogo (que eu nem conhecia ou ligava na época); Mario, Luigi e Princesa Peach
(Princesa Toodstool na época) vão passar férias na Ilha dos Dinossauros. Mas o
que acontece? A princesa é sequestrada (OH) – por quem? Bowser (OOHH) – e qual
o seu objetivo? Salvar a princesa (OOOOHHHH). É; hoje em dia isso é obvio, mas
quem joga ou ouvi pela primeira vez sobre Mario, não sabe dessas coisas. E
outra, que criança nessa idade se interessava numa historia de jogo? Era só
pegar o controle e jogar; e ir o mais longe possível. Eu nem sabia que tinha
uma princesa no fim do jogo presa em um castelo; era o primeiro jogo da serie
que eu jogava, não conhecia os outros. Mario World foi meu ponto de partida na
serie; e no mundo dos videogames também. Eu falei de ir o mais longe possível;
mas na época eu não conseguia ir muito longe não. Era um jogo difícil pra minha
idade, e eu não tinha experiência nenhuma em games. O que acontecia muito era
que alguém vinha jogar em casa, ou eu emprestava o jogo pra alguém, e essa
pessoal avançava mais no jogo e salvava quando chegava a algum save. Então eu
podia continuar jogando da onde essa pessoa parou e ver outras fases na qual eu
não tinha passado. Alias, Mario World era um dos poucos jogos de Super Nintendo
que eu conhecia e jogava que tinha save na própria fita. A maioria dos jogos
daquela época usava mais o sistema de password; isso quando tinha. Se não me
engano; esses saves existiam por causa de uma bateria que existia no cartucho,
só que pra cortar custos, muito empresas não colocavam sistema de save e
preferiam usar password. Os Savepoints de Mario World apareciam quando você
passava dos castelos ou das casas mal assombradas.
Filhos do Bowser, os 7 chefes do jogo |
De inicio
você vê só aquela pequena ilha, mas se escolher fazer primeiro a fase da
direita e subir o monte que há na ilha, verá o vasto mapa que o jogo lhe
proporciona. Aperte Start para dar uma navegada no mapa e vê-lo, só pra dar um
gostinho do que vira. E lá nesse monte há uma novidade no jogo: Switch Palace.
Percebeu na fase anterior alguns blocos, pontilhados? É para isso que serve o
Switch Palace. Uma espécie de fase bônus que, ao chegar no final, a um enorme
P-Suit (aqueles interruptores que transformas os blocos em moedas,
temporariamente); pule em cima dele e pronto; todas aqueles blocos pontilhados
(da cor do P-Suit que acionou) ficam visíveis por inteiro. Existem 4 desses
espalhados pelo mundo do jogo: amarelo, verde, vermelho e azul. Esse primeiro é
bem fácil achar, os outro precisam de mais esperteza pra achar. Não é difícil,
basta procurar bem. Voltando a ilha, passando mais 3 fases; você chega ao castelo
enfrentar o primeiro chefe. Era aí uma das partes que eu travava algumas vezes;
esse primeiro é bem fácil, mas depois ficava bem complicado. Gostava de ver os
vários modos que o Mario destruía o castelo. Nesse primeiro, Mario arma uma
bomba e o castelo cai ao chão, deixando apenas destroços e uma bandeirinha
branca, como todos os outros também.
Mapa do Game |
Power Up |
Passe por diversas fases, desafios. Fases da aguá, em cavernas, em céu aberto, nas alturas. Castelo, fortalezas e castelos; e chegue no desafio final para o desafio final: enfrentar o Bowser (King Koopa no Japão). Derrote-o e chegue ao seu objetivo final: salvar a princesa (nenhuma novidade até aí, é sempre a mesma historia). Seja presenteado por um final feliz, o retorno de Mario, Peach e os Yoshis que foram capturados pelo Bowser e veja imagens dos inimigos que você enfrentou durante sua jornada e seus nomes. Vou falar a verdade, que eu demorei anos pra chegar no final do jogo, passando por todas as fases. Acho que a primeira vez que terminei sozinho o jogo, sem precisar ficar pegando save de outros, foi só depois de mais velho, jogando em emuladores; mas hoje em dia, posso dizer quer conheço esse jogo de cabo a rabo e sei de todos os seus segredos.
E é me recordando desse game, que me lembrei de uma historia engraçado que ocorreu comigo, envolvendo o jogo. Ainda criança (não vou lembrar a idade que eu tinha, mas chuto uns 5 ou 6 anos),alguns amigos dos meus pais vieram nos visitar, e os filhos e filhas deles foram jogar comigo. Colocamos Super Mario World pra jogar, como tinha muita gente, foi naquele esquema clássico - uma vez pra cada um, terminou a fase ou morreu, passa o controle pro próximo. Tudo ia bem, até que num determinado momento, alguém tentou pular a fila e isso bagunçou a ordem de quem seria o próximo a jogar. Então, duas pessoas começaram a discutir e a puxar o controle uma da outra; e eu naquela situação não sabia o que fazer, se intervia, se chamava meus pais pra ajudar, fiquei ali parado com cara de taxo. Foi aí que, num desses puxa-puxa do controle, deram um puxão que moveu um pouco vídeo game do lugar, e por consequência, arrastou a TV de onde ela tava; caindo ao chão. Por sorte, eu era o que estava mais próximo da tv, e num reflexão, eu consegui me aproximar e pegar a TV a poucos centímetros de encostar no chão, evitando o pior. Na hora, eu só gritava pra minha mãe vir ajudar logo, a galera que tava envolta, chamou meus pais, e me ajudaram a por a TV de volta no lugar e organizar a jogatina nova mesmo. Era uma daquelas TVs de 14 polegas de tubo, mas pro tamanho que eu tinha, era como pegar uma de 30 polegadas dessas mais recentes. O dia em que salvei a minha TV, enquanto jogava Super Mario World.
Há um série de hacks ROM Super Mario World criada por fãs, usando um programa chamado Lunar Magic. Com isso, os fãs podem fazer alterações no código do jogo e modificar as fases, criar novas fases e até mesmo criar uma outra historia dentro do jogo. Dentre essas varias modificações, existe algumas muito conhecidas por aí, nomeadas de Kaizo Mario World. O jogo é marcado pela extrema dificuldade, inserindo mais inimigos, obstáculos, com pulos e movimentos muito precisos, quase impossíveis de fazer.
Algumas curiosidades a respeito do jogo e dos personagens:
A Especial World, é uma área do jogo bem secreta, onde existe 8 fazes extras com um ótimo desafio para o jogador, utilizando de todas as mecânicas possíveis do jogo. Curiosamente, o nome dessas fases, fazem referencia a gírias do surf: Gnarly, Tubular, Way cool, Awesome, Groovy, Mondo, Outrageous e Funky. Quando você termina essas fases e retorna para o mapa normal, o mapa sobre algumas alterações, mas no lance das cores do cenário, e todos os koopas, estão com um rosto parecido com o do Mario. Outra curiosidade, é que ficando alguns minutos parado no Special World, começa a tocar uma versão remixada do tema clássico do Super Mario Bros. E falando nessas fases, a Tubular é considera umas das mais difíceis do jogo, senão, a mais difícil de todos; uma fase bem desafiadora. Praticamente, não existe chão na fase, e tem que ser passada usando o power up do balão, desviando dos inimigos e seus projeteis; veja por vocês mesmo:
Um clone de Super Mario World,
intitulado Super Mario's Wacky Worlds, estava em desenvolvimento
para o dispositivo Philips CD-i por NovaLogic de 1992 até 1993, mas foi
cancelado devido ao fracasso comercial do console.
DIC Entertainment produziu uma série de desenhos animados Super Mario World baseado no jogo,
que consiste em treze episódios e foi exibido pela NBC a partir de setembro a dezembro de 1991. Na serie, se explica o por que de o Yoshi não entrar nos castelos ou casas mal-assombrada; pois ele tem medo de entrar nessas áreas. No jogo, isso acontece mais por questão do gameplay do jogo nessas fazes, mas na serie, resolveram dar um motivo pra isso acontecer.
Há um série de hacks ROM Super Mario World criada por fãs, usando um programa chamado Lunar Magic. Com isso, os fãs podem fazer alterações no código do jogo e modificar as fases, criar novas fases e até mesmo criar uma outra historia dentro do jogo. Dentre essas varias modificações, existe algumas muito conhecidas por aí, nomeadas de Kaizo Mario World. O jogo é marcado pela extrema dificuldade, inserindo mais inimigos, obstáculos, com pulos e movimentos muito precisos, quase impossíveis de fazer.
Alguns
jogadores decidem ter um desafio a mais e resolvem tentar terminar os jogos o
mais rápido possível, isso se chama “speedrun”; usar de recursos do próprio
jogo, como bugs e glitches pra chegar até o final em tempo recorde. Existe
varias categorias de speedrun, uma delas é o “0
Exit”ou“credit warp”, que usa alguns glitches para enganar o software do jogo,
e pular direto para os créditos finais. E sabiam que nessa categoria, temos um
brasileiro com um recorde em Super Mario World reconhecido pelo guinness book?
Sim, isso mesmo, o catarinense Matheus
Furta, conhecido também como “FURiOUS” na comunidade de speedrun, entrou
pro guinness como o jogador que terminou Super Mario World em menos tempo;
quebrando o recorde duas vezes. Inicialmente em 2014, ele terminou o jogo com a
marca de 1m 15s 23ms; e ainda disse que daria pra diminuir mais
esse tempo, dependendo de como utilizar o glitche, e resolveu aguardar pra ver
se alguém quebrava esse recorde. Como isso não aconteceu, no ano seguinte,
2015, ele foi e conseguiu quebrar o próprio recorde, diminuindo para 1m 13s e 32ms, fazendo assim entrar definitivamente para o
guinness. O principal desafio está em ativar os glitches, porque é preciso
realizar comandos e ações rapidamente e de forma precisa, como pegar certos
cascos vermelhos e fazer o Yoshi cuspir um número de bolas de fogo. Por isso,
Furious fica movimentando o Mario de um lado para o outro. Parece que ele está
enrolando, mas cada movimentação é premeditada e feita conscientemente. Numa
entrevista para o Jovem Nerd em 2014, ele explica isso melhor:
“O glitch se chama item swap e
acontece quando o Mario pula na frente do Yoshi e pega a moeda que ele iria
engolir com a língua. Nesse momento o jogo acaba fazendo o Yoshi engolir
outro sprite no
lugar dessa moeda e que está pré-carregado fora da tela. No caso dessa fase, um
inimigo Chargin Chuck. (…) Quando isso acontece o game executa uma parte
da memória ram do console, e é aí que todas aquelas ações que pareciam
aleatórias antes, como cascos vermelhos sendo cuspidos pelo Yoshi, entram em
ação, porque eram instruções que eu estava ‘escrevendo’ para o jogo ler e
pular para os créditos do jogo.”
Fora todos esses comandos, ainda é preciso jogar com o
segundo controle do Super Nintendo conectado ao videogame e com os botões L +
direita + baixo + select + Y + B pressionados ao mesmo tempo. Para realizar
esse malabarismo, Furious usa do jeitinho brasileiro no segundo controle, em
que usa pedaços de papel e ligas para manter os botões pressionados.
Gambiarra usada por Furious para o glitch funcionar |
Veja este vídeo, da segunda vez em que
ele quebra o recorde.
De tempos em tempos, eu retorno para jogar esse jogo; infelizmente não tenho mais Super Nintendo, então eu recorro para emuladores. É impressionante como ainda me lembro de cada detalhe, e jogo de maneira tão natural, eu faço as coisas quase que automaticamente, de tão bem memorizado que tenho o jogo na cabeça. Com certeza, Super Mario World é um dos meus jogos favoritos da vida toda, senão, O JOGO da minha vida; se fosse pra escolher um jogo como o numero 1 pra mim, seria Super Mario World; e também, um dos melhores jogos da serie toda.
Joguem Mario Wolrd, e aproveitem ao máximo o jogo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário